segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aos amigos leitores


Não tenho certeza se vocês, usuários da internet do Brasil e do mundo, que entram aqui no meu blog conseguem entender todos estes textos que coloco aqui neste endereço on-line.

Fico com a sensação às vezes, de que escrevo mais para mim, do que para vocês.

E até sinto-me culpada, por compartilhar tão pouco minha vida para essas pessoas que aqui visitam e ainda exigir de vocês certa compreensão.


É obvio, que estou presumindo prepotentemente que vocês, caros leitores, leêm de fato o meu blog, e que conseguem levar daqui talvez uma lição de vida, aprendendo com meus erros, e rindo comigo das bobagens que imagino, ou mesmo tentando entender o que escrevo abstratamente sobre à vida e sobre o meu pequeno caminho já trilhado aqui nesta terra.


É engraçado falar com vocês usando esse meio tão útil e ao mesmo tempo tão confuso que é a internet.Tenho quase sempre a sensação de que falo sozinha, e ao mesmo tempo, falo com um monte de gente.

Tenho amigos que me visitam aqui quase sempre, tenho casos antigos que talvez passem por aqui na esperança tola de que eu os faça alguma referência, tem gente que passa para saber das fofocas, para olhar para o meu mundo, ou mesmo para me criticar.

É fato, acontece.

Aqui falo dos meus amigos, das minhas decepções, das coisas que aprendo..
e apesar de quase nunca vocês me deixarem rastros (ou seriam comentários?) se estiveram aqui ou não, sempre escuto alguém conhecido falando sobre o que leu no meu blog..

E fico mais satisfeita..
por modificar a rotina de alguns, fazendo-os passarem aqui..
Ou simplesmente por manter vivo esse blog, que me faz tão bem,
que é para mim uma espécie de livro diário onde registro esses meus tão loucos sentimentos.


Li dois livros esse fim de semana, e fiquei feliz de tê-los lido porque, os dois me trouxeram para uma realidade esquecida.
Vou comentar o que primeiro me marcou: Onze Minutos, do Paulo Coelho.

Que tem muito a ver com esta fase meio solitária que vivo nesse momento.
Solitária não no sentido amplo da palavra, mas no sentindo que não estou com ninguém.
E isso as vezes me incomoda, e as vezes me deixa livre para ser e fazer muitas coisas que eu até hesitaria se estivesse em uma relação.
Mas me incomoda o fato de saber que não acredito, como antes, no amor.

Mas vamos à história.
O livro fala sobre uma menina/mulher, que sai do Nordeste Brasileiro, para conhecer o mundo. Acaba por se embrenhar numa viagem para o Rio de Janeiro, e lá conhece um agente de talentos que a leva para ser "dançarina" na Suiça, depois de ser enganada, ela se vê diante da necessidade e do desespero.

Na falta de alternativas viáveis, já que ela está em um país distante, com uma cultura engessada e fria, sem falar o idioma do país, e com graves chances de passar fome e frio, ela se entrega de uma maneira inocente e violenta à prostituição.

Acaba por deixar de acreditar no amor, na vida e nela mesma.
Então aproveita os momentos sozinha, para estudar diversos assuntos como: psicologia, relações humanas e outros assuntos relativos, já que descobre em certa altura do livro, que muitos homens procuram às prostitutas para conversar, falar sobre problemas, e para relaxar de outras formas que não o sexo.Lê e aprende muitas coisas, afim de dar o melhor tratamento aos seus clientes.

Acaba então, se vendo cada dia mais inteligente, mais preparada; e começa assim a ganhar clientes fiéis.

No meio de toda essa história ela escreve um diário.
Quase que como o meu que vocês lêem aqui.
Mas com menos humor e mais aspereza.

E num determinado momento do livro, ela conhece um pintor num pub que resolve retratar a imagem dela para uns murais da cidade.
Os dois acabam conversando e se conhecendo, e começam a se encontrar.
Ela sem saber se aquilo era amor, ou piedade. E ele querendo encontrar uma saída para a vida sem riscos e sem graça que vivia a anos.
E aí, eles experimentam uma espécie de amor puro.

Espera, não soou nada utópico no livro não.
É um amor diferente, como aquelas coisas que devem e tem que acontecer em algum momento de nossas vidas.Não é nada perfeito, como nos contos de fadas, mas sim cheio de feridas e desenganos, vida e morte.

Ainda nessa história um dos clientes fiéis à faz experimentar o prazer através da dor.
Através do castigo, da punição, de coisas bizarras mas que acabam por libertar a alma e dar prazer.Ela acaba gostando, e até mesmo consegue ter seu primeiro orgasmo na vida com esse cliente.

Bom, a história segue entre as inscrições no diário dela, os encontros com o pintor, e o trabalho no cabaré que leva o nome de Copacabana.
Nessa história as experiências dessa mulher com o sexo, com a vida e com o amor, são retratas com a maestria que somente o Paulo Coelho sabe fazer. Uma leitura ótima para mulheres que como eu já não acreditam nos homens e no amor verdadeiro.


Enfim, não vou contar o final, para que vocês tenham a oportunidade de ler o livro e tirarem as próprias conclusões.
Mas sei que, este livro em especial, mexeu comigo.

Talvez porque a minha relação com o sexo sempre tenha sido bem resolvida, e não fico nem vermelha de falar sobre isso, e talvez também porque ela tenha vivido essa mesma descrença que eu sinto em relação aos amores que tive e ao amor ideal, ou seja, ambos não existem.

Ao ler o livro, acabei deixando alguns pré-conceitos de lado, e renovando a minha alma para esse sentimento chamado: Amor
Nos meus últimos posts, tenho falado sobre ele. Questionando-o, colocando-o contra a parede, analisando os seus aspectos e os meus temores.

Mas aprendi com esse livro, que cada amor, cada minuto, e cada pedacinho da vida é parte desse infinito e surreal mundo que vivemos.

E que na verdade, não temos controle sobre absolutamente nada.
E mais.
Apesar de não termos controle, somos diretamente responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Como assim?

Somos responsáveis pela nossa felicidade, e se essa felicidade depende de outras pessoas, temos a responsabilidade de escolhermos com parcimônia quem, e quando nós queremos do lado.
Somos responsáveis pelas escolhas.
Mas só as nossas.

E a cada dia, a cada minuto temos que fazê-las, umas com menos sofreguidão, outras com mais, e vamos vivendo a vida, e fazendo parte desse horizonte imenso, sem ao menos perceber a nossa integração com as coisas vivas, com os seres humanos e com a natureza.


Sei que tudo isso parece uma grande bobagem de uma menina adolescente.
Mas não é, é só a minha segunda mente falando mais alto, e eu a deixo discutir por algum tempo.(vocês irão entender isso, quando eu falar sobre o segundo livro que li, num próximo post)


Escolhi hoje, escrever para vocês, mais uma vez.
E espero que vocês estejam comigo aqui, para me ler, e aprender comigo essa estranha viagem que fazemos no mundo.


Este post é para vocês.

e para terminar, palavras do próprio Paulo Coelho:



"as pessoas sempre aparecem quando estão sendo esperadas."


um beijo!


Luciana Landim


Um comentário:

Luize disse...

hum!!
tem esse livro do paulo coelho aqui em casa e nunca li
tem tanto livro aqui em casa q eu nunca li.. hihihi

vou ler um dia :)

te falar q to na mesma q vc, descrençada do sexo oposto, do sentimento sincero, do respeito mútuo...

no momento não to preparada pra pensar nisso, pra analisar, de tirar essa generalização da minha cabeça, por isso to focando em outra área, minha vida profissional, q é mais importante agora!

espero a gente conversar um dia pessoalmente sobre td isso... acho q a gente vai rir demais!

ASHUIUahsIuashiuhausi

:***