segunda-feira, 23 de setembro de 2013

do que não sei [poemas]





Vamos nos entrelaçar, nos unir,
nos desmontar
vamos, vamos comigo
vamos se acabar
se fundir

Vem, se desmancha
infinito, comigo
bonito

Destrói lares,
acalma tormentas,
entorpece corpos,
emudece espaços
me embriaga

Me lembra,
se esquece
te pede
outra
hora pra
você ficar

Vem, é agora
não se deixe
enganar

do amor que doeu
e que ficou
agora só nos resta rezar.



Ouvindo_Chico Buarque_ Futuros Amantes

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

de vez em quando..



Dê tempos em tempos me apaixono.
Caio de amores por alguém ou algo que me toca, que mexe comigo.
Pode ser um livro, uma personalidade, um objeto, um ser humano qualquer que entra na minha vida.

Essa paixonite repentina, pode me fazer suspirar, me fazer imaginar, me encantar de amores, até que uma nova apareça, ou até que algo realmente impressionante no cotidiano me retome a atenção.
Obviamente são alucinações não confessadas, e aqui as confesso por não achar que agora isso vá fazer mal a alguém.

Mas me declaro a elas, porque sinto vontade do encantamento das primeiras emoções.
Da descoberta do que existe do outro lado, do lado de lá onde eu não existo. Uma versão minha imaginária, que vive outras histórias, e que tem morada em outros países, tem outros problemas.
Pode até ser algo com a teoria das cordas, mas que eu não conseguiria explicar.

Embora essas devaneios bobos sempre venham passear na minha mente, e eu fantasie com eles, e os deixe ficar por um tempo brincando comigo, a realidade é sempre a das escolhas feitas.
A versão da minha história que escolhi viver.

E que também me surpreende tantas outras vezes, me fazendo reapaixonar pelas coisas despercebidas.
Posso me (re) apaixonar por reciclar coisas velhas, ou voltar a escrever, por exemplo.
Mas me pergunto quantos de nós estão aí
a devanear por demais sobre a sua própria realidade. Com medo danado das fantasias saírem dos âmagos da imaginação, e se tornem doces realidades.

Pode ser que várias idéias tolas, sejam mesmo tolas e devam ficar lá, nas questões inconfessáveis.
Mas existem aquelas que devemos pegar pelas mãos e levar pra dar um volta.
Este texto mesmo, é um devaneio que saiu pra passear..

E agora aqui se solta, de tudo que existe de imaginário.
Pra tornar-se real..e mesmo assim belo.


Ouvindo_Ventura Highway_Emmerson Nogueira