quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As cerejas



Eu estava aqui fazendo minha lista de metas que nunca saem do papel para 2012 e fiquei me perguntando: Será mesmo que eu preciso de tantas metas? Será que essas tarefas vão mesmo se concretizar?
Ou será que minha preguiça, meus julgamentos, meus dias de foda-se irão se render quando eu precisar me esforçar?

Resiliência, persistência, força de vontade são palavras bonitas do nosso vocabulário, mas será que estão mesmo presentes no meu dia-a-dia?

Ou será que eu só estou querendo me encher de cobranças tolas que só vão aumentar ainda mais minha culpa e auto flagelação no final do ano seguinte?
Será que eu quero mesmo todas essas regras cumpridas?
Será que estou disposta a pagar o preço?

Na minha lista para 2012 a primeira meta era perder tantos kilos.
Bom, é verdade, eu não estou no meu peso ideal, como metade do mundo não está. Até aí, ok!
Mas acontece que eu sou meio esquiva a metas inalcansáveis e bem..coloquei um número lá que vai ser trabalhoso de atingir..
Impossível? Não..
Possível? Com sacrificios monstros, sim..

Mas aí vem o tal do "que" da questão..
Porque ficar magra é importante?
Porque eu quero me sentir bem diante do espelho? Sim
Porque eu tô pirando em ver todo mundo que conheço emagrecendo e eu nadando contra a maré? Sim
Porque eu quero me sentir aceita? Sim
Porque? Porque? Porque?

E aí comecei a pensar que tem algumas metas que a gente quer ter, pra aparecer para os outros e esquece das coisas importantes para nós.
Sabe, eu realmente quero me manter no tamanho 38 e seria bem bom usar um 36, mas definir isso como a primeira meta para um ano novo, me parece bem banal em relação a tantas outras coisas que quero realizar.

E a lista continua e as análises delas me pirando..
Vou e volto em 10 itens que ficam horas em 3, horas em 15.

E não é fácil saber o que é que tô definindo pelas minhas vontades ou por uma questão de mostrar para os outros como sou bacana.É dificil admitir isso, mas é a verdade.

O que me remete a questão inicial: de onde, diabos, sairam tantas metas?
Tantas listas, tantos "eu quero"? Sendo que passei o ano inteiro fazendo o caminho contrário do que estabeleço como meta agora.

E isso vale para tudo: meu dinheiro, minha relação com os livros que quero ler, as coisas que acho que preciso ter, os sentimentos de que acho que preciso me livrar. E nada disso acontece só porque eu enumerei algumas coisas no papel (ou no computador).

As coisas acontecem porque a gente trabalha por elas e me aconteceu um fato que me fez pensar no assunto.

Fiquei extremamente frustada por que meus pais não vieram passar o natal comigo. Fiquei lamentando por horas aquilo e depois da ceia, só queria me trancar em casa.

Horas mais tarde, recebemos um convite para passar na casa de um amigo e eu rejeitei-o de ínicio.
Sentindo pena de mim mesma, fiquei ensimesmada no meu pequeno problema de carência familiar.
Daí uma luz me iluminou as idéias e depois da insistência dramática do amigo e do marido entendiado daquela falação, aceitei ir.

Chegando lá, me deram uma cereja que ainda estava com seu cabinho.
Me disseram que eu devia comer a cereja e ficar com o cabinho na boca, pois eles faziam um ritual anual de natal que era o seguinte: eu deveria dar um nózinho no cabinho, utilizando somente a lingua e depois eles me explicariam o motivo.

Estavamos lá, quatro adultos com cabinhos de cereja na boca, tentando dar um nó com a língua. 
Todos conseguiram, e eu fiquei lá, com o cabinho na boca, insistindo.
Eles riram, zombaram da minha vontade de fazer aquilo acontecer mas eu continuei lá, com meu cabinho na boca, torcendo minha língua de cá pra lá para dar o tal do nó.

Uma hora depois, quando todos já haviam esquecido que eu estava com aquilo na boca, eu consegui.
Insisti um tempão, pois não julgava ser pior ou melhor que ninguém, não tinha meta nenhuma, só sabia que podia conseguir.

E fui lá e fiz.

Pois é isso que eu quero pro meu ano novo, que todos meus problemas e anseios sejam como aquele cabinho de cereja.
Que eu revire-os, torça-os, esprema-os, mas que no final eu os vença.

Metas são palavras ao vento..
É preciso mudar minha maneira como vejo mundo e participo dele para depois conseguir atingir o que eu gostaria.


E pra você que quer saber o que significa dar o nó no cabinho, diziam que na China antiga quem conseguia a proeza de dar o nó no cabinho da cereja é um bom beijador.

Fica a dica!!

Feliz 2012 e muitas cerejas para você..


Ouvindo_Gravity_John Mayer

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fim de Ano



Há tanto por ser dito, há tanto por se descobrir
que penso que não há tempo senão para respirar a vida
pelo nariz, afim de sufocar-se com suas particulas pequenas de serenidade

Lá fora o mundo urge, e aqui dentro toca uma música
na cabeça que faz contas, falta grana
no coração, faltam pedaços
na memória, pipocam lembranças e vamos...

As revistas contam as histórias que gostaríamos de esquecer
a internet nos mostra o que ainda estamos por ver
e sentimos angústia no que está para acontecer

o ano novo bate a porta
os sinos que não tocam mais nos lembram dos tempos
em que esperávamos atentos o Natal
que faltava sempre tanto pra chegar

as expectativas ficam menores
menos otimistas
mas as saudades se agigantam
diante de tanta coisa que se atropela durante o ano

aos poucos vamos esperando
e na espera vira o fim do ano
e soltam-se fogos e olhamos pra cima..
como que esperando que algum sinal
se apareça, para mostrar que estamos no caminho certo.

As família se encontram, e se encontrando brigam
pois é isso que fazem as famílias que também se amam
e as que não brigam, choram de culpa
e as que não choram riem bêbadas do que está por vir

desse futuro aí na frente
na próxima esquina
chamando-nos e seduzindo
quem estiver a volta
sobre o que um dia se revelará.


Ouvindo_Closing Time_Semisonic

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crônica - Abertamente



Abertamente, quero lhe dizer, que gosto de você.
Gosto porque gosto, gosto porque é assim que tem que ser.

Sinceramente, me perguntei várias vezes o que diabos eu via em você de tão especial..se o seu jeito, ou talvez essa sua maneira de lidar com as coisas, tão peculiar.

Acontece que nunca lhe disse claramente, ou se disse não fui enfática e nem objetiva, sobre como eu gosto de você e como você é importante pra mim.
Simplesmente mencionei algumas vezes como a nossa história foi bacana, e com medo de que me abandonasse de vez, fui me contentando com as migalhas de uma amizade que bem, já não era mais amizade droga nenhuma.

E nesta de te achar um cara isso e aquilo, e coisa e tal, me perdi.
Me perdi nas vezes que tentei desesperadamente achar razão nas atitudes que você tomava. Ficava procurando duplos sentidos, mensagens subliminares e essas coisas que a gente que é mulher faz, pra tentar se enganar. Não havia nada.

Havia era tesão, desejo, um gostar..mas amor mesmo. Não havia e nunca houve.
Amor com você é outra história, coisa que poucos conhecem.

Me enganei profundamente achando que eu saberia a hora de parar. Não soube e quer saber, não sei.
Limites são para as coisas ralas, superfluas, mesquinhas.
Limites são para idiotas que tentam quantificar o amor.

Eu nunca poderia fazer isso.
Mas, como o amor é cego, eu jurei que podia.
Jurei que te manteria a distância, e que entenderia seus outros relacionamentos tão paralelos a mim.
Eu jurava, mentia, me enganava.

Até que chegou aquele dia, em que eu te coloquei meio na parede.
Apontei o dedo pra você, mas na verdade ele estava virado pra mim.
Te disse um tercinho do que eu sentia, e na mesma hora, como um bicho acanhado você fugiu.

Fugiu de medo, de raiva, de pavor..ou sei lá o que..
Mas fugiu..

Talvez você sequer ache isso e, pra falar a verdade, aquilo de você fugir foi meio patético. Mas eu te entendo. .

Amar não é fácil, nem é certo.

E eu também, deixei de lado essa de me esconder atrás do que eu penso..
Já que eu tenho dito tantas besteiras por aí, poderia me perdoar por dizer mais essa.

Gostei, amei e você não quis.
É isso aí.

Quem sabe outra hora, outra vida, outro você.
Quem sabe..

Abertamente..

Eu.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

2011..o ano




Eu queria falar de como as pessoas foram importantes na minha vida nesse ano, queria dizer aqueles que não gostam de mim como fui vencedora e como fui capaz, mesmo contra a vontade deles.
Queria dizer aos meus familiares que venci, e que acho isso pois o ano foi muito dificil pra mim; mas nada disso seria verdadeiro se, antes de tudo eu não dissesse ao meu reflexo no espelho o quanto fui corajosa.

Mesmo que todas as pessoas acreditassem, e me apoiassem, mesmo que os meus amigos me sorrisem, mesmo que o tempo levasse aqueles que não gostam de mim para longe e ainda que meus familiares se orgulhassem, nada disso seria possível sem que eu tomasse conta da minha vida.

Fui eu ali, em cada palavra, em cada momento ingrato, em cada escorregão, em cada perdão consentido, em cada letra escrita. Fui eu, cavando as mentiras que escrevi para me contentar com o incontentável, eu que desenterrei os sentimentos que havia escondido de mim e dos outros. Fui eu que amei em terceira pessoa, eu que escrevi poemas que não serão lidos, eu que fiz blogs e mais blogs para dizer ao mundo o que estava se passando comigo.

E tem mais o que vir, tem muito mais.
Mas algo em mim morreu neste ano, assim como milhares de coisas nasceram.
Morreu a culpa, a falta do auto perdão, a carência desmedida, morreu o que já estava morto e que eu tentava reviver a qualquer custo.

E nasceram coisas boas, sim, elas nasceram.
Nasceram amizades inesperadas, pessoas maravilhosas, idéias geniais, músicas soletradas no violão, nasceu aquilo que foi plantado em todas as cartas e e-mails que escrevi. Naquilo que comecei e não terminei, na bagunça que tive de fazer dentro de mim para me arrumar.

Foram rompidas algumas barreiras também..a do silêncio, a do respeito e a do perdão.
Eu achei que poderia resolver meus problemas com palavras borradas pela minha escusa vontade de acreditar, e ninguém resolve problemas assim.
Eu achei que as pessoas me perdoariam, que elas me diriam coisas boas..mas eu só colhi aquilo que plantei. E é preciso se contentar com isso.

Se a grana estava curta e a cerveja pela metade, bebi o que restava.
Fui até o fim na minha luz e na minha treva.
Me vi lá dentro, inocente, pulsante, alegre, adulta, menina e mulher.

Chorei como nunca, rasguei minha alma pela metade, me dividi, me apaixonei, me trai.
Fui poeta, cantora, desenhista e pintora..

Plantei.
Cultivei plantas e com elas aprendi a esperar, guardei a ansiedade pra mais tarde.
Enfrentei o que tinha pra enfrentar.

Sorri para os meus medos, contei alguns de meus segredos..
Escrevi..

Escrevi muito..
Escrevi para você, para alguém, pra ninguém.
Escrevi, pois escrevendo vivo, permaneço..marco.

Escrevo, porque assim aprendi a me conhecer. Escrevendo cada palavra, cada rima, cada cantiga incrustada num violão partido, me fez ver que eu era muito mais do que alguém sem destino.
Eu era alguém, como tantos outros alguéns por aí vivendo.

Me pertencendo, me achei.
Me encontrando, pude me perder em mim.
Valorizar-me, amar-me, saber-me melhor..
Entender que o meu desejo é viver plenamente, criativamente, transformando o que me contorna, cantando músicas que ninguém conhece, ficando velha antes do tempo e adolescendo para o que é novo.

Me remendando em cacos, fui me costurando de volta.
Me reencaixando os pedaços, invertendo as peças, procurando novas luzes para minhas sombras.

Fui sacudindo o pó de guardado da minha alma, olhei direto para as questões que me circundaram e avancei. Calei a minha boca falante e deixei falar os olhos, e o coração.
A boca ainda precisa reparo, mas também sei hoje que excessos nem sempre são maus.

Me colando de volta, percebo como houveram coisas que mudaram de lugar.
Como existiram peças que não irão se encaixar nunca mais, e como sobra espaço pra um monte de coisa nova chegar.

2011 foi o ano.
Como nunca antes, como eu nunca imaginei.
Pela primeira vez, eu me encontrei comigo mesma, e dei um alô pra pessoinha que mora aqui dentro.
E a vi sorrindo..


E dito isso, é preciso agradecer a todos aqueles que estiveram presentes nesse ano que passou.
Aqueles que beberam comigo, os poucos que puderam dividir comigo suas lágrimas e seus sonhos, os que me abraçaram de verdade, os que almoçaram comigo, os que viraram madrugadas ao meu lado.Aos colegas de trabalho, e as chefias que também tanto me ensinaram nesse ano.
Quero agradecer ainda, aqueles que me desprezaram, me ignoraram, me foram rudes, me escrotizaram.
Obrigada por indiretamente me ensinarem lições preciosas.

Obrigada aqueles amigos que estiveram de longe, me observando em linhas de e-mails, ou no comunicador instantâneo. Aquelas pessoas que tem o dom de estar tão longe e ao mesmo tempo tão perto de mim.
Quero agradecer aos profissionais que conheci esse ano, e principalmente a duas mulheres que estão me ajudando nessa caminhada de mudanças.
Agradeço aos meus pais, por eles serem meus pais, e por terem sido tão verdadeiros comigo. Ao meu irmão que me mostrou que nunca é tarde pra mudar.

Obrigada ao meu companheiro que me ensinou coisas belas e lições inexplicáveis, que esteve comigo nos momentos de luta e nos momentos de glória e que dividiu comigo os pormenores da vida de casal.
Entrou comigo num projeto maluco que eu inventei, riu comigo e brigou comigo tantas vezes quanto foi preciso para me fazer entender as coisas.

E finalmente, obrigada a Ele, por ter me ajudado a parar de duvidar.


2011 foi o ano, muito obrigada.


Ouvindo_Junk of The Heart_The Kooks

* Quer ouvir The Kooks? Clica aqui ó



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Amigo




São poucos os que nos entendem
os que compreendem nessa loucura
o nosso tesão pela vida
e pelas coisas que nos acontecem


são poucos os que riem para nós,
com sinceridade nos olhos e nos lábios
os que nos elucidam a mente
os que nos contam mais do que o necessário

são poucos os que nos vêm por aí
os que nos acham sensacionais
os que nos notam no meio da multidão
que nos percebem enquanto
choramos, caimos e cantamos

são poucos como eu e você
e são muitos se comparados
as tantas pessoas insignificantes no meio do caminho


mas somos nós, lá
no meio da balburdia
no meio do coitidiano que urge
onde aparecemos

com os nossos sorrisos bobos no
rosto e quase sempre, querendo sempre mais..

somos nós, meu amigo
atrás dessa coisa que nos satisfaz
atrás do logo mais, do daqui pra frente
e do que vai adiante

somos nós..
e isso,
só hoje, nos basta.


Ouvindo_Oswaldo Montenegro_Sempre não é todo dia

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Escolha



 
A questão era escolher.
Escolher por escolher simplesmente, tomar uma atitude, decidir por um dos lados do muro.
E ela, que havia recusado aquilo a vida toda, perdia completamente o controle. Já não sabia mais o que era dela, nem mesmo sabia quem era ela depois daquele triste dia.
Os domingos tinham perdido sua graça desde então, assim como todo o resto da semana. Segundas intermináveis, terças incontroláveis e quartas meia boca invadiam-lhe em seus pensamentos distantes sobre as escolhas que nunca havia feito.

Certo é que, ela tinha escolhido não escolher, e mesmo aí, havia esperança, ela pensava.
Chegava a achar aquilo um tanto chato, já que se gabava internamente por ter se poupado de grandes decisões. Sentia-se confortável sobre a situação e não via motivo em modificar-se até que aquilo tudo aconteceu.

O seu mundo protegido pela sua ausência momentânea, desmoronava diante dela de maneira cruel, e ela sequer sabia o que poderia fazer. Afinal, fazer é algo que vem logo em seguida a escolher.
Palavras distantes no vocabulário meio monossilábico que adotara agora, enquanto assistia a cena. Palavras que perderam o sopro de vento que ainda restava dentro de sua garganta.
Ela, complacente, aceitou chorando seu destino, escolhendo não escolher como sempre, preferiu enfiar-se numa dessas de auto piedade e culpa, engolindo o choro e a raiva, e as dúvidas e ela mesma numa proteção exagerada, sabe-se lá do que.

Já não existia ela, era só uma figurante interpretando seu papel. Seu papel conhecido de mulherzinha, enquanto dentro dela montanhas russas gigantes se esticavam, um coração batia acelerado e medos se transformavam em coragem, num lugar onde ela poderia ser quem ela realmente era.
E lá nesse lugar, no fundo do seu coração ela se deixou ficar.

E enquanto observava tudo ruir, como que numa explosão gigantesca, algo dentro da mulher se mexeu. Ela não soube se era ela, ou se apenas uma movimento involuntário como que num espasmo d’alma, e então ela se viu.
Viu-se lá dentro trancada, ensimesmada.
Avistou a sua versão original, tão triste e desencantada que se perdeu em seu olhar por algum tempo. Olhou-a com atenção e enquanto olhava, as coisas iam mudando de lugar, ficando verdes, amarelas, rosadas, mistas, as grades que a protegiam iam se transformando em cordas, depois em laços delicados e finalmente em fitilhos coloridos.

Ela estava assumindo seu papel de novo.
Resgatando dentro dela mesmo a alegria que havia perdido, recuperando sua força e sua coragem, tomando sua vida de novo pela mão e escolhendo.
Escolhendo viver a vida, escolhendo escolher o que ela queria, escolhendo dizer ao mundo a que veio.

E escolhendo, firmou-se.
Estava transformada a questão.
Seu mundo já sabia quem ela era agora.
Tudo isso, enquanto seu mundo desabava. Tudo isso enquanto tudo teimava em ser não.
Ela escolheu resgatar-se.


Ouvindo_Old Folks (New Year)_Rosie and Me

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Waves of choice





Nas minhas escolhas mando eu,
mando quem quiser mandar
deixo quem quiser deixar

nas minhas escolhas
todas tão indefinidas
deixo o tempo passar

e quanto mais eu me entendo
pior começa a ficar
porque mais me desconheço
e há tanto o que consertar

a mim e as tantas escolhas
certas e erradas que cometi
todas enfileiradas
me buscando como zumbi

só posso contemplar
e admitir
que o tempo é a escolha do presente
do que ficou aqui.

Ouvindo_Lily Allen_Everybody is Changing