sábado, 24 de novembro de 2012

Tudo passa, tudo passa...




Não há quem duvide da certeza de que tudo na vida passa.
Passa a dor, passa a alegria, passa a tristeza e o momento de felicidade. Passa tudo que há de ser e o que já foi, pois a vida é esse eterno transformar-se.

Não vejo graça em permanecer única, indivisível, rígida. Prefiro a flexibilidade de uma boa gargalhada, ou de uma lágrima que corre sincera pelo rosto de alguém que sofre. Prefiro a dignidade do assumir-se fraco, e permitir que o medo englobe o que de mais nobre existe em se proteger.

Prefiro as pessoas bambas, a quem recorro sempre a contar meus sonhos, chorar meus enganos e perceber-me refugiada no abraço da palavra de um amigo à dureza dos braços que envolvem mais não acolhem, dos sorrisos plásticos que não alimentam a alma, da conversa comedida, do pisar em ovos.

Não acho que estamos todos errados, e sim, em pontos distintos de uma geração que padece de calma. Não aquela calma plácida e solitária, mas da calma do silêncio remediador, que fala através do nada.

Estamos todos aí, vivendo em direções tão opostas e tão perdidos. As vezes tão carentes de perdão.
As vezes só precisando de uma mão.

Precisamos do outro, pra perceber em nós a fraqueza de sermos tão pequenos, para espelharmos em nós o que de mais belo encontramos no outro. Pra dividir com todos nossa humanidade em plenitude.

Passa a dor, passa a alegria..tudo passa.
Até mesmo a crônica mambembe e sem graça, recheada de clichês.
Isso tudo pra dizer que tenho me observado no outro, e ele é mais belo do que eu jamais poderia ser, só.



Ouvindo_Saudosismo_Caetano Veloso

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