segunda-feira, 24 de março de 2014

Ser aquela

             

Se eu for aquela que dobra a esquina, que canta a música, que vai a luta, se eu for pra lama. Seu eu for a que se banca, a que se desnuda na frente de todo mundo, aquela que não liga pra moda, a que não mostra a bunda.
Se eu falar mais alto, bater um papo, fumar um back, chorar no asfalto, eu ainda vou ser aquela. Serei a sua, a mesma, com olhar bandido, com olhar metido, dizendo coisas inteligentes pra te convencer.
Sou aquela, a desconvencida, a descontrolada, a desinibida e nem tanto despudorada. Sou aquela, aquela lá que escreve, que fotografa, que faz artesanato.

Sou a menina quieta no canto da sala, sou a indecisa, a baderneira.
Sou aquela cheia dos mesmos conflitos, irritante, intrigante, nada distante.

Sou próxima, sou boba, sou frívola.
Sou aquela que você não leu, sou a mentira estampada no seu rosto, sou aquela que te deu desgosto.

Mais ainda assim serei aquela, aquela moça..aquela menina, uma mulher.
Uma e tantas de mim mesma, ou seriam eu’s meus em outras pessoas ou já não sei mais.


Sou aquela que você não amou, que não fudeu, que não trepou.
Sou pra ser e sabendo serei aquilo que aquela, ahh aquela, nunca entenderá. 


Ouvindo_Olhos Coloridos_Sandra de Sá

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