terça-feira, 25 de novembro de 2014

Loira? Linda? Não..apenas real!

Tudo começa para algumas, na juventude, quando a gente começa a gostar de uns carinhas e resolve começar a prestar atenção mais no cabelo, na roupa, na atitude. Vai deixando as meninices de lado pra abraçar uma sensualidade que a gente nem sabe direito o que é e se tem.
Confesso que eu demorei um pouco pra chegar lá. Até aos 20 e poucos eu era bem desligada de tudo que envolvia beleza e cuidados femininos. Achava que uma cara sem maquiagem era o melhor que eu podia apresentar, e que as minhas ideias iriam bem antes da roupa, ou de decote que eu usasse.
E foram anos felizes, confesso. Havia tantas coisas sobre o que conversar, que acabei talvez por causa disso, meio por fora de tudo que se referia à beleza, maquiagem, cuidados femininos.
Mas havia um vestígio em mim, de que de alguma maneira, uma peruinha enrustida habitava o meu ser. Primeiro foi o cabelo. Cortei curto, mais pra escandalizar e romper com a opressão de que menina da minha idade tinha que ser deste ou daquele jeito. E escandalizei!

Campanha da Dove sobre Real Beleza (bem legal)


Depois pintei de vermelho, rosa, preto, preto e vermelho, preto, vermelho e rosa..enfim. Fiz o que podia com meu cabelo.
Adorava o fato de mudar! Mudar o cabelo sempre foi uma coisa importante pra mim. Eu achava que de certa forma estava desconstruindo uma persona, pra dar lugar a outra. Adorava quando os garotos me descreviam como “aquela do cabelo vermelho”, do cabelo curto, no ombro, longo, Chanel..
E assim foram os anos, indo e voltando cortando e deixando crescer, do preto para o vermelho. Só quem já teve os cabelos rubros pra saber a saudade que a gente fica da danada da cor. Mas era isso. Numa dessas pensei, vou deixar natural! Já pensou? Não deu muito certo.

Daí o marido pediu, implorou, deu ideia, falou e tal pra que ficasse loira. Mas imagina que eu, euzinha, um dia fosse ficar loira. Não, ainda mais tendo acatado isso de outra pessoa. Não, essa não era eu. Não pera..mas..
Será que dá pé?


Eu ruiva gravando o Vlog de Menina


Claro que não foi de um dia pro outro! Amadureci a ideia e fui conversar com uma especialista pra saber, se era possível. O fato é que era, mas tinha que ter paciência.
Ahh, então ferrou! Taí um trem que eu não tenho tinha! E fiz caca! A primeira tentativa de ficar loira resultou num cabelo lindamente manchado!

Volta pro preto! Pronto, volta pro vermelho! Mas já não dava mais! Eu havia me contaminado com aquele pózinho descolorante, e  enfim, teria que esperar e ir descolorindo aos poucos.
Cheguei lá, no loiro mesmo com luzes e tal aos 25, após 1 ano e meio gradativamente enloirecendo. De pouco em pouco.

E o que isso me trouxe? Bem, me despertou um lado tão feminino, que eu desconhecia, me fez conhecer uma mulher em mim que eu não conhecia.
Ficar loira, me empoderou de uma série de coisas boas sobre ser mulher, e se gostar e saber ressaltar o que é bom. Inclua nisso o fato de ter aprendido a me maquiar, coisa que eu nuuuuunca imaginei que fosse fazer! Não é o máximo?

Eu na primeira foto beeeeem loira


Se você está pensando que isso foi mais pela personalidade do que pelo cabelo, pode ser! Mas tenho cá minhas dúvidas do quanto eu teria demorado pra chegar aqui. E esse aqui é onde?
Bom, se sentindo bonita, ainda que acima do peso, ainda que sem a roupa mais adequada, ainda que sem um estilo fortemente definido.

E isso eu desejo a todas as mulheres! Que se sintam lindas, loiras, morenas, ruivas, mulatas.
Que se descubram  em algo que as fala ver de maneira positiva! Sim, teremos neuras mil sobre como deveríamos ser ou estar, mas nada que uma cabelo bonito e uma boa maquiagem não possam fazer pelo seu bem estar!



Ouvindo_All about the base_Meghan Trainor

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Depois que tudo passar



Onde foram parar as nossas deliciosas conversas de bar, as discussões a respeito do esmalte da onda, ou ainda, de um novo filme a estrear. Onde esta eu te pergunto,  a minha vontade de entrar na dieta, ou a vontade de aprender aquela maquiagem correta, quando tudo no mundo parece pairar?
Onde está a conversa solta, um amigo com problema, alguém precisando chorar?
Me recuso a citar o motivo dessa nossa inanição de humanidade temporária pra contar pra você, meu amigo, que sim, a vida continua pulsando aqui fora.
Do lado de cá, onde consigo visitar de vez em quando, parece que tudo continua no mesmo lugar. O sol está chegando, parece que vem fritando, tudo o que possa corar.

Mas tudo continua indo! Meio mambembe, meio tenso. Tem tanta conversa e controvérsia, que é bom nem eu te contar. Mas tá todo mundo meio abobado, meio de lado, querendo dizer sem saber o que falar!
Não vejo a hora de te reencontrar, caro amigo, para que você possa comigo disso tudo zombar! Vou te contar uma piada, e qual como uma memória inflamada, de tanto rir, você irá chorar! 

Ouvindo_Time After Time_Eva Cassidy

sábado, 5 de abril de 2014

Inspirei, respirei e pirei!




Tô respirando,
que é pra não pirar
com tanta groselha
que anda pelo ar

tô respirando
um ar abafado
quase queimado
que chega a sufocar

tô pirando
tô quase mudando
o status da minha rede social

antes era tranquilo
agora tô sendo invadida
com tanto video viral

tô me inspirando
num desses caras
pode ser o Raul
o maluco total

pra ver se acho minha vida
taõ perdida
nesse poema banal.



Ouvindo_Jeanie, Jeanie, Jeanie_Eddie Cochran

segunda-feira, 24 de março de 2014

Ser aquela

             

Se eu for aquela que dobra a esquina, que canta a música, que vai a luta, se eu for pra lama. Seu eu for a que se banca, a que se desnuda na frente de todo mundo, aquela que não liga pra moda, a que não mostra a bunda.
Se eu falar mais alto, bater um papo, fumar um back, chorar no asfalto, eu ainda vou ser aquela. Serei a sua, a mesma, com olhar bandido, com olhar metido, dizendo coisas inteligentes pra te convencer.
Sou aquela, a desconvencida, a descontrolada, a desinibida e nem tanto despudorada. Sou aquela, aquela lá que escreve, que fotografa, que faz artesanato.

Sou a menina quieta no canto da sala, sou a indecisa, a baderneira.
Sou aquela cheia dos mesmos conflitos, irritante, intrigante, nada distante.

Sou próxima, sou boba, sou frívola.
Sou aquela que você não leu, sou a mentira estampada no seu rosto, sou aquela que te deu desgosto.

Mais ainda assim serei aquela, aquela moça..aquela menina, uma mulher.
Uma e tantas de mim mesma, ou seriam eu’s meus em outras pessoas ou já não sei mais.


Sou aquela que você não amou, que não fudeu, que não trepou.
Sou pra ser e sabendo serei aquilo que aquela, ahh aquela, nunca entenderá. 


Ouvindo_Olhos Coloridos_Sandra de Sá

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Nem todo poema precisa doer



Nem toda poema precisa de dor, há alguma dose de alegria que é poetizável, palatável até ao mais triste dos mortais. Há algo de alegre que soma, que toca, que encanta. Não uma alegria extrema, uma gargalhada, uma coisa fútil.

Nem tudo precisa ser sobre sentir-se assim, de um jeito assado, cozido e passado.
Pode ser um poema sem sentido, algo que aconteça independentemente, uma música que viaja pelo tempo, uma comida que atravessa a garganta.

Um poema bom, uma coisa pra um riso fácil, algo que te traga um alívio diário.

Um filho que nasce, uma mão que perdoa, alguém que volta.
Poemas sutis que a vida escreve e não tem ninguém lá pra registrar.
Mas nada doloroso, nada que cale, nada que chore, nada que reclame.

Um poema assim, sem preocupações em demasia, apenas para existir, como a gente faz todo dia!


Ouvindo_The Kooks_Naive

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Toda sexta feira tem!

Agora, aqui no blog, sexta feira é dia de texto novo.
Periodicidade, a gente vê por aqui!! 


Toda sexta feira tem, acordar animada, gente agitada
preparação pra balada

Toda sexta feira, olhando pro relógio,
batendo ponto, esperando o fim do dia chegar

Toda sexta feira tem bar, a espera feliz de uma cerveja
que as vezes não demora a chegar
um bate papo amigo, um dia tranquilo
alguém pra conversar

Toda sexta feira alegria,
uma musiquinha
alguém lembrando Vínicius tocar

Toda sexta feira tem,
poesia, inspiração, boemia
canção

Toda sexta feira violão,
bar, conversar
sair
se entregar

Toda sexta a noite, é a espera de uma coisa boa
algo pra se lembrar
uma noite pra ficar
algo bom sobre o que falar

Toda sexta tem..
pra mim e pra você também!



Ouvindo_Kids_MGMT

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Som da Caneta



Tá ouvindo esse barulho?
É o som da caneta escrevendo no livro da minha história..
O que será que ela vai dizer, o que será que ela vai excluir, o que deixará de ser escrito? O que estará em negrito?

Esse som, esse mesmo som, perturba meu sono. A caneta que não para escreve sem parar, e na maior parte do tempo eu não gosto muito de como ela vai. 
Ela escreve, meu agora, no tempo marcado, algo que não pode ser apagado. Escreve quem eu sou, e não as versões de mim mesma que eu tento pintar em minha cabeça. Tudo termina e recomeça a cada palavra, e pode ou não ser do jeito que eu imaginava.
Mas ela não se cansa, a caneta da vida, vai contando a sua história sem traços, sem pontos, sem vírgulas. Vai deixando escrito o que é pra ser memorável, o que não fizer sentido, o que não deve ser lembrado. Os momentos felizes, os embaraçosos, os tristes, os normais. Um tique taque pulsante, de um relógio que não para..de um escritor que não se cansa.

E ela segue, e eu sigo, quase sempre nas entrelinhas, espremida, buscando uma válvula de escape, uma mudança no curso, um novo paragrafo. A cada linha, eu vou, me espreitando por entre os acontecimentos e buscando encontrar aquilo que perdi n'algum lugar.
Mas a caneta não se importa, ela ignora as minhas tentativas e só apresenta o que é fato, o que está escrito, o que está fadado, pontuado na linha do tempo  intangível.

Imutável.

O som da caneta no papel me alcança no silêncio do meu café sobre a mesa, enquanto penso em mudar minha vida. A tinta é tão negra como o meu café, e eu continuo hesitando. Febril, me agarro a caneta, faço dela meu cavalo, pra me deixar conduzir e pra conduzir também..e não adianta..
ela continua escrevendo..

Já não sei mais quem sou eu. Se sou eu mesma ou se sou a própria caneta.
Agora o som está dentro de mim, pulsando, escrevendo, pichando meu muros internos ..corrompendo a minha alma. O som..esse som.
Ele não me deixa.
Ou sou eu que não o deixo ir?
Já não sei mais..
apenas sei que a caneta ..ainda agora, continua escrevendo.  



Ouvindo_You Only Live Once_The Strokes

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A vaidade ou o mundo precisa de elogios!



Ele é bonito, inteligente, charmoso.
Ela é tímida, mas muito bonita.
A outra é espalhafatosa, mas guarda lá seu charme.
O outro mal abre a boca, mas mesmo sem abrir é uma delicinha.

E assim vamos vivendo.
De elogios em elogios não ditos, e muitas auto críticas dissimuladas.

E aí, alguém chega e diz algo inesperado.
Surpreende a gente com aquilo, exatamente aquilo que queremos ouvir e pronto, fomos fisgados..
Parece que até reparamos mais naquele detalhe especial, parece que a gente até se sente mais sei lá o que.

Um elogio, dito assim sem querer, numa conversa a toa, sem qualquer pretensão que valha, levanta o humor da gente. Aumenta nossa capacidade de se sentir quisto, amado, vivo..
E faz um bem danado.

Por isso não se engane você aí, que está com um poder inutilizado em suas mãos.
Um elogio pode mudar a vida de alguém..acredite!

É preciso verbalizar o quanto fulano é bom naquilo que faz, que ciclana está linda com aquela roupa, que não sei quem emagreceu e está lindo, que aquele outro realmente fica bem com aquela blusa, que não sei quem fala muito bem e coisa e tal.
Precisamos disso!

Sim, somos vaidosos!
Sim, somos muito apegados a imagem!
Mas acho que não é problema nenhum se esbaldar na vaidade, enquanto ainda podemos.

É um jeito de olhar pro outro,  com carinho, e dizer com mais carinho ainda e verdade claro, que ainda somos humanos!


E boa leitura pra você, seu/sua lindo(a).


Ouvindo_Love Illumination_Franz Ferdinand


domingo, 12 de janeiro de 2014

Ontem, eu fui em uma festa


Ontem eu fui em uma festa.
E bebemos e cantamos, e era uma festa de pessoas de 20 e poucos anos.

Ontem, meu telefone ficou na bolsa, e consegui conversar com aquelas mesmas pessoas com quem eu vivo falando pelo celular, nas redes sociais.

Ontem, eu perdi a linha, falei um monte de groselhas, ri de besteiras, e estava entre amigos.
E isso era permitido.

Ontem, exatamente ontem, um mundo de possibilidades se abriu para todos nós porque estávamos em festa. Não havia ninguém pra cortar nosso barato, pra escandalizar, pra julgar.

Não que sejamos superiores, nem que nós não tenhamos nos julgado veladamente, mas estávamos em festa e por isso era e foi permitido um momento, um pequeno momento sem retratação.

E isso, tem ficado raro.
A cada ano que passa, a cada aniversário, a cada festa, a cada emprego que se arruma, as coisas vão ficando mais densas, menos leves, menos fluídas.

Vamos colocando máscaras, nos julgando, colocando travas, permissões, recalques uns nos outros.
Vamos tentando colocar nossa medida nos nossos, e a liberdade de ser quem somos vai ficando cada vez mais diminuta.

Ontem, eu fui em uma festa.
E por um momento pudemos ser quem realmente somos.


Ouvindo_Someday_The Strokes

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A mesma


Eu sou a mesma, apesar dos cabelos, apesar do dinheiro,
que insiste em faltar.

Eu sou a mesma, inconstante ferida no seu calo,
pisada e cuspida, inflamada.

Eu sou a mesma que canta dirigindo,
e grita assistindo o futebol.
É, eu gosto de futebol.

Eu sou a mesma que você conheceu, embora
diferente, mudada, vivida
sou a mesma que você comeu e não gostou.

Eu sou a mesma, do mesmo jeito,
estabanada, grossa, desbocada.
O mesmo preço, o mesmo tamanho.
Coisa que você viu e não entendeu.

Eu sou a mesma, embora melhorada,
embora em versão quase 3.0
embora cansada do disse me disse,
de jogos de amor.

Eu sou a mesma, meu amor.

Sou e fui, vim e voltei
e você, caro, continua sem sequer saber.

Sou a mesma, e me gosto.
Até acredito que você tenha me ajudado.
Afinal, depois de tanto trapo, me apareceu o tal do amor.
Mas sou a mesma, escrita, esculpida e encarnada.

Sou a mesma figura atrapalhada que não te servia.
Uma mistura de muitos eu, pra tanto menos você!


Ouvindo_Codinome Beija-Flor_Cazuza

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Eu sou milionária


Não, eu não ganhei na loteria.
Não, eu não fiz nenhuma viagem mega super interessante, e nem estou vivendo de renda.

Mas descobri, ontem, enquanto abraçava meu meu marido na cama, que sou muito bem aventurada, rica mesmo, milionária.


Mas deixa eu te contar direito essa história, pra você não achar que eu tô surtando.
Eu passei os últimos dias, vendo as fotos de tantos amigos queridos, longe, em lugares maravilhosos, vivendo experiências fantásticas, perto do mar, na Europa, nos EUA, na França, em Barcelona..
Culpa da minha timeline que é ryca!

E me vi assim, meio com invejinha boa boba de todos os amigos que de alguma forma estavam passando seu fim de ano bem melhores do que eu.
Claro, que a constatação levou dias pra chegar, e não bastavam de chegar fotos e mais fotos desses mega super lugares, pra que eu entrasse fundo nessa perspectiva.

E passei assim, desejando que meu bilhete da mega sena fosse sorteado, que eu tivesse acertado uns números, algo que me desse a esperança que minha vida ia melhorar e que enfim eu iria poder largar tudo, viajar, comprar casa e tudo o mais que tivesse direito.

Então, no desânimo que se abateu, e na obrigação de ter que ficar em família este ano, passei meu réveillon, assim, meia bomba sabe. Meia noite da janela de casa, assistindo a vida acontecer lá fora.

Fui dormir com aquela sensação de vidinha, sabe?
Aquele questionamento de: "O que diabos eu tô fazendo da minha vida?"

E então dormimos.
Bem, eu não dormi assim, tão rápido.

Uma coisa me pegou desprevenida no meio da noite.
Um súbito, um medo, um lampejo..uma epifania.
Um clichê de reveillon, uma nostalgia..

Foi ao abraçar meu marido na cama, e sentir o cheiro da sua pele contra a minha, e ouvir o sussurrar da sua respiração que tudo pareceu fazer um sentido absurdo. Uma constatação real, do aqui e do agora: Eu sou uma grande milionária.

Tenho do meu lado alguém pra compartilhar, tenho amigos a quem chamar de meus, tenho minha casa, e pasme, até um ar condicionado pra ajudar.
Uma fartura de comidas e bebidas pra comer. Uma pancada de momentos deliciosos junto aos meus.
Dezenas de conversas pelo skype, e-mails, mensagens no whatsup.

Tenho minha família, que um pouco torta um pouco manca, está sempre lá.

E daí, se o biquíni ainda não ficou perfeito?
Se minha conta no banco não tá transbordando de dinheiro?
E daí, se eu ainda não viajei ou se não estive na maior badalação do planeta?

O que importa mesmo?
No frigir do ovos, é se estamos com quem desejamos estar.
Afinal, um dia ouvi alguém dizer que casa, é onde o coração está.

Portanto me enriqueci de coragem pra escrever este texto tão tolo, mas de uma constatação surpreendente.
Ryca, phyna, milionária!

Cheia de bafunfa mesmo!
Eu sou mesmo..
felicitadamente milionária!


Ouvindo_Learning to fly_Pink Floyd




quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Um bom ano



Um bom ano que termina, se recomeça pelo lembrar.
Talvez um bom ano, esteja apenas por começar.
Ou seja apenas a lembrança ou esperança de um outro lugar.

Um bom ano pra você que não fez nada de novo, mas que se moveu em qualquer direção.
Um bom ano pra quem só apertou a mão.
Pra quem não viveu, um bom ano morreu.

Um bom ano é aquele em que se tem algo de bom pra contar?
Ou aquele em que apesar de tudo, ainda há o que se comemorar?

Um bom ano pra nascer
um bom ano pra mudar
um bom ano pra reaprender
um bom ano pra viajar

se este ou aquele ano te trouxer saudade
vontade
se este ou aquele ano quiser te deixar passar

esteja onde estiver
comemore como comemorar

um bom ano, um bom ano
é o desejo em primeiro lugar

depois do depois,
não há nada a não ser esperar
um bom ano queira eu
um bom ano você

um bom ano a quem precisar.

Que seja um ano pra valer
que seja o melhor que puder chegar.


Ouvindo_Blowin' In The Wind_Bob Dylan

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Proseado


A esta altura eu já deveria saber,
já deveria segurar mais a onda,
deveria não dizer

A esta altura eu já deveria
saber mais
calar minhas vozes vorazes
ser mais zen
fazer menos mimimi

Mas minha inconstância
permanece
Por vezes acho que ela
engrandece

e teimo toda vez em
me redescobrir

Não acho que tudo seja um encanto
não acho que seja só pranto
mas sempre que vejo algo
de mim

me cubro de meio verdades
justifico as tantas insanidades
numa prosa sem fim

a esta altura eu já deveria saber
que talvez, saber mesmo
eu só saberei
quando estiver
muito mesmo

longe, daqui.


Ouvindo_Supõe_Chico Buarque

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quando sozinho não era social


Como é mesmo que chama aquele negócio
onde uma pessoa fala e a outra escuta?

Mas tem um nome específico
não é um simples papear, porque tem que ser ao vivo
pode até ser em mesa de bar

pode ser no trabalho, no escritório
há quem diga que já fez em pleno lar

como é mesmo que se chamava, meu amigo
aquilo da gente conversar?

Como era mesmo que a gente fazia,
sem olhar no celular
pra matar a conversa vazia
pra ter sobre o que falar?

Como era?
Como era antes da gente emudecer
antes de desviar o olhar

Como era antes d'eu crescer
antes de me comunicar?

Se eu me lembro bem, bastava
dizer: "Olá".


Ouvindo_Waiting in Vain_Bob Marley

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

De repente



de repetente me deu aquela vontade de escrever ...
palavrear o impalavreavel ...

Inventar uma rima,
fazer minha letra descer em tinta
enquanto borro minha mão sem querer

quem sabe emudecer uma recalcada,
tocar uma desalmada
fazer alguém ler

me deu vontade de escrever pra você,
te dizer que sinto saudades
e que sem você não sei viver

deu vontade de escrever umas coisas
umas declarações
coisas soltas
meia dúzia de indiretas bafônicas
coisas que ninguém vai entender

me deu vontade, de me declarar pra valer
fazer alguém ceder,
inventar um programa banal

deu aquela vontade insaciável,
de comer guloseimas,
e de não dosar o que não é dosável..

tudo isso enquanto minha mão pousava a caneta
sobre o papel,
me deu essa vontade, essa vontade
uma vontade louca
de viver.

Ouvindo_ Manhattan_Kings of Leon

Ouve aí!


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

me vejo



Eu me vejo mudando em pedaços, repartida de mim e das coisas que sou, fui e serei.
Eu mudo e me reencontro refeita, bendita, estruturada.

Eu mudo e minha rima padece, envelhece,
pra depois sucumbir de novo.
E outra vez me mudar.

Eu pinto o cabelo, e o comodo da sala de estar, eu pinto a cara
e nela estampo a saudade de outro lugar.

Eu finalmente me vejo, mulher,
não mais menina, embora criança
eu me vejo criança
embora permaneça o gosto
do riso, ficou o respeito do pranto.

Me enxergo maldita,
e algumas vezes bonita,
com olhar assertivo, e um tanto
escondido, na maquiagem que eu aprendi a usar.

Me vejo, no olhar do outro,
e na cara lavada de ontem de manhã,
me vejo nos cafés a tarde,
me vejo em plena metade,
daquilo que sempre sonhei.

Não existem mais culpas
e pecados,
não existe aquele bocado
de coisa que eu não falei.

Existe eu e me vejo,
me enxergo
como jamais enxerguei.


Ouvindo _Revelry_Kings of Leon

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

do que não sei [poemas]





Vamos nos entrelaçar, nos unir,
nos desmontar
vamos, vamos comigo
vamos se acabar
se fundir

Vem, se desmancha
infinito, comigo
bonito

Destrói lares,
acalma tormentas,
entorpece corpos,
emudece espaços
me embriaga

Me lembra,
se esquece
te pede
outra
hora pra
você ficar

Vem, é agora
não se deixe
enganar

do amor que doeu
e que ficou
agora só nos resta rezar.



Ouvindo_Chico Buarque_ Futuros Amantes

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

de vez em quando..



Dê tempos em tempos me apaixono.
Caio de amores por alguém ou algo que me toca, que mexe comigo.
Pode ser um livro, uma personalidade, um objeto, um ser humano qualquer que entra na minha vida.

Essa paixonite repentina, pode me fazer suspirar, me fazer imaginar, me encantar de amores, até que uma nova apareça, ou até que algo realmente impressionante no cotidiano me retome a atenção.
Obviamente são alucinações não confessadas, e aqui as confesso por não achar que agora isso vá fazer mal a alguém.

Mas me declaro a elas, porque sinto vontade do encantamento das primeiras emoções.
Da descoberta do que existe do outro lado, do lado de lá onde eu não existo. Uma versão minha imaginária, que vive outras histórias, e que tem morada em outros países, tem outros problemas.
Pode até ser algo com a teoria das cordas, mas que eu não conseguiria explicar.

Embora essas devaneios bobos sempre venham passear na minha mente, e eu fantasie com eles, e os deixe ficar por um tempo brincando comigo, a realidade é sempre a das escolhas feitas.
A versão da minha história que escolhi viver.

E que também me surpreende tantas outras vezes, me fazendo reapaixonar pelas coisas despercebidas.
Posso me (re) apaixonar por reciclar coisas velhas, ou voltar a escrever, por exemplo.
Mas me pergunto quantos de nós estão aí
a devanear por demais sobre a sua própria realidade. Com medo danado das fantasias saírem dos âmagos da imaginação, e se tornem doces realidades.

Pode ser que várias idéias tolas, sejam mesmo tolas e devam ficar lá, nas questões inconfessáveis.
Mas existem aquelas que devemos pegar pelas mãos e levar pra dar um volta.
Este texto mesmo, é um devaneio que saiu pra passear..

E agora aqui se solta, de tudo que existe de imaginário.
Pra tornar-se real..e mesmo assim belo.


Ouvindo_Ventura Highway_Emmerson Nogueira


segunda-feira, 1 de julho de 2013

O silêncio dos complacentes

Eis que volto aqui, para expressar minha opinião sobre o que se vê no Brasil agora.
Gostaria de poder dizer que estamos todos certos, unidos e juntos por um mesmo objetivo, mas a multiplicidade de causas estranhamente tece vozes ensurdecedoras e perturbadoras.


Mas vá lá. Antes precisamos dizer que de fato, por algum motivo, estamos nas ruas. As mesmas ruas que guiaram reformas, mudanças, queda de sistemas. Estamos lá, e saímos das redes sociais com um objetivo, sermos ouvidos.

Mas ouvidos por quem?
Por quem nos quiser ouvir, oras!

Não há mais tantas respostas prontas, que nos possam passar a ponto de bala. Não há mais organizações estudantis, somente, e seus líderes cabeludos com camisas de Guevara. Não, companheiro!
Somos anônimos!
Somos  dispersos, somos perdidos, somos desinformados!

Sim, porque a anos, as pautas se acumulam atrás de promessas não cumpridas e decepções e mais decepções com nosso sistema político.
Não sabemos o que queremos, porque de fato, não nos foi ensinado a pensar.
Mas, mesmo diante da lenga lenga que vemos através de recortes de jornais e uma mídia quase tão partidária quanto polida, sobrou uma fresta e enxergamos o que batia na cara da gente todo esse tempo.

Mas o que é que enxergamos, camarada?
Nós mesmos!
Vimos o que somos e em que tipo de brasileiros estamos nos tornando. Vimos as ruas cheias de gente, com cartazes de todo efeito, porque já não acreditamos que podemos ter vozes junto ao nossos representantes políticos. Aliás, a minha geração, já nasceu sem acreditar nisso!

Lembro muito bem, quando em meados do meu quinto ano do ensino médio, uma professora de História conseguiu me tirar da zona de conforto e me mostrar o que mais havia no mundo. Perplexa, engatei em leituras que até hoje não sei se consegui processar, mas que de fato, me fizeram questionar as pessoas, as coisas, as obviedades nada obvias de uma sociedade hipócrita e cheia de melindres sociais.

Naquele tempo, eu então com quinze anos, fui tolida por familiares dizendo que o sistema era esse mesmo e que não podia mudar, porque um tal de povo era "burro" e não iria fazer diferente!

Daí então, eu na santa ignorância dos meus agora 27, me vejo aqui envolta em discussões políticas, em manifestações, em protestos, em vandalizações, em tudo isso que se vê.
Mas então, nós, os descentralizados, burros, ignorantes, sem foco, nos tornamos "um gigante que acordou", um povo que vai as ruas para escrever a sua história. Parece até um conto de fadas!

E acredito que isso seja positivo, em partes!
Pois  acredito mais na informação!
Assumo que quando me deparei com algumas questões importantes sobre o sistema político brasileiro e sobre como ele funciona, me senti uma completa ignorante. Pois não sabia de nada, não entendia nada.
As informações vão chegando e eu procuro ler e buscar mais para entender melhor do que se trata cada pauta. Porque elas são várias, e tem MUITA IMPORTÂNCIA!

As PEC's, o fato de um sujeito extremista religioso estar presidindo a Comissão de Direitos Humanos, apoiando uma tal de cura gay (um completo absurdo), corrupção como crime hediondo, os problemas da saúde, da educação, a copa, o dinheiro público, isso e mais aquilo..

Google pra que te quero!

Mas o que me desperta extrema curiosidade mesmo é esse silêncio.
Um silêncio escondido em postagens comedidas, que parecem ignorar que algo está acontecendo.
O silêncio dos complacentes me intriga, me instiga!

Será porque eles estão céticos?
Será porque eles tem medo de perder o que não tem?
Será que é porque se acham tão certos e tem medo de que na primeira troca de idéias, suas convicções vão parar todas no ralo?

Porque calam?
Se estamos todos aí a gritar desvairados, a pedir por melhorias, a enfrentar o que já basta, porque é que se calam todos estes?

Asseguro que temo mais os que ficam sentados em seus sofás, dos que os "reaça" que estão nas ruas gritando barbáries.
Não defendo o extremismo, nem os atos de vandalismo, mas o maior vandalismo que podemos fazer neste momento é virar as costas para o agora, para este momento, para esta oportunidade. Cabe a nós todos avaliarmos também em nós mesmos as pautas que abraçamos e de quem realmente estamos nos defendendo.



Ouvindo_Angus and Julia Stone_Stranger

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Amo o que faço? Ou faço o que faço para amar o que tenho?




Será que estamos todos fadados a nos encontrar em algo? Ou existem pessoas que nunca vão fazer aquilo que amam? Será que estamos sujeitos apenas as circunstâncias e ao destino? Ou que nossas escolhas definem exatamente o que somos e ponto final.
Tenho tentado entender esse lance de viver versus trabalhar. E me parece tão distante o momento onde iremos encontrar um equilíbrio entre as duas coisas. 

Mas sei que meu romantismo é grande sobre isso também. Talvez eu esteja apenas vagando estre águas desconhecidas e com muita incerteza do futuro. O que me leva a acreditar que a busca pelo equilíbrio esteja no entendimento e na aceitação de que tudo é passageiro e incerto.
Não podemos ter certeza de tudo. Nem mesmo na gente, que mal se conhece, ou no nosso relacionamento, ou mesmo nos nossos familiares.
Mas será também que não é exatamente isso, de ser incerto, que esperamos atônitos?
Será que não é aquela surpresa, aquele susto, aquilo que nos é diferente que nos faz sentir vivos e sair nem que seja por um instante da bolha que construímos ao nosso redor, pra olhar para o mundo e para o outro de forma diversa?
Infelizmente, quando o assunto é trabalho, incertezas, surpresas e sustos são sempre considerados péssimos sinais. Pelo menos a principio. 
Esta todo mundo tentando achar um emprego certo, que provenha segurança, a certeza de um pagamento no final do mês, um convênio médico, uma assistência odontológica. 

E aí, minha pergunta. Isso também me assegurará da certeza da alegria e da plenitude de trabalhar?
Estaria eu, certa de minha felicidade garantindo apenas a minha segurança financeira?
Ou ainda, eu ficaria feliz indo trabalhar todo dia, sem ganhar aquilo que me parece o necessário, só por ter encontrado o que amo fazer?

Não sei se vou e se posso encontrar a resposta para essa e para tantas perguntas que eu tenho sobre a minha carreira e sobre a forma que isso vai ou não me dar o necessário para ter uma boa vida. 
Mas acho que vale a pena refletir sobre o assunto. 

Não consigo me imaginar feliz em um trabalho que não ame. E da última vez que tentei isso, foi extremamente doloroso e nem um pouco saudável.
Porém defendo que a busca, seja incerta e incansável.Que encontremos em nós as razões para fazermos o que amamos e que isso, nos sustente e nos baste.


Ouvindo_Killing Lies_The Strokes