sexta-feira, 4 de outubro de 2013
me vejo
Eu me vejo mudando em pedaços, repartida de mim e das coisas que sou, fui e serei.
Eu mudo e me reencontro refeita, bendita, estruturada.
Eu mudo e minha rima padece, envelhece,
pra depois sucumbir de novo.
E outra vez me mudar.
Eu pinto o cabelo, e o comodo da sala de estar, eu pinto a cara
e nela estampo a saudade de outro lugar.
Eu finalmente me vejo, mulher,
não mais menina, embora criança
eu me vejo criança
embora permaneça o gosto
do riso, ficou o respeito do pranto.
Me enxergo maldita,
e algumas vezes bonita,
com olhar assertivo, e um tanto
escondido, na maquiagem que eu aprendi a usar.
Me vejo, no olhar do outro,
e na cara lavada de ontem de manhã,
me vejo nos cafés a tarde,
me vejo em plena metade,
daquilo que sempre sonhei.
Não existem mais culpas
e pecados,
não existe aquele bocado
de coisa que eu não falei.
Existe eu e me vejo,
me enxergo
como jamais enxerguei.
Ouvindo _Revelry_Kings of Leon
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Um comentário:
Falou por nós! Lindo texto! Bjssss
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